Em recente sessão de análise apontei ao paciente, após algo esquecido e encoberto ser relembrado e sublinhado: o analista é uma testemunha indiscreta.
No discurso e na narrativa do paciente, somos incluídos como testemunhas de suas tramas, historias, dramas, traumas, conflitos, crimes, medos, segredos, intimidades e confidências - e o sigilo ético protege este conteúdo e encontro do julgamento, comentários e olhares de outrem - por vezes o paciente "esquece" o que disse e contou...e talvez...aposte com o fato ter sido esquecido também pelo analista. Neste sentido, a memória e recortes, pontuações feita pelo analista é uma testemunha indiscreta - pois tal é trazido a tona novamente, visto, revisto e analisado - não ficará oculto ou escondido do paciente.
O que você, tão bem guarda...aguarda!
Publicado no livro: Raízes e Asas - Editora Rosa Francesa - 2025
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