O psicodiagnóstico infantil é
uma ferramenta clínica utilizada
pelo psicólogo clínico para encontrar a diagnose de uma enfermidade,
transtorno, distúrbio, quadro clinico e/ou dificuldade que afeta o
quadro geral psicossomático da criança.
Diagnóstico,
em medicina, é o processo analítico de que se vale o especialista ao
exame de uma doença ou de um quadro
clínico para chegar a uma conclusão. O diagnóstico deve ter em conta não
apenas os sintomas, mas também o histórico clínico anterior do
paciente. Quando a doença, distúrbio é identificada no seu início,
quando surgiram poucos sintomas, há um diagnóstico precoce.
Por meio do diagnóstico é possível fazer o prognóstico, que consiste na
previsão de como a doença vai se manifestar no futuro. O diagnóstico
correto pode diminuir as sequelas causadas pela doença e facilitar o
tratamento trazendo qualidade de vida para o paciente
e ao seu meio familiar, profissional, social.
Quando falamos de psicodiagnóstico,
apontamos para as causas
psíquicas, ou seja, um quadro clínico de origem psico-afetiva, e não
orgânico - se bem que muitas vezes ambos podem estar interagindo,
orgânico e psíquico, na manifestação de um quadro geral patológico que
prejudica o dia a dia do paciente.
Em Setembro 2015, em artigo na Revista Mente e Cérebro: "Aproximadamente 75% dos casos de transtornos mentais costumam se manifestar já na infância ou na adolescência, o que evidencia a importância da intervenção precoce."
Em Setembro 2015, em artigo na Revista Mente e Cérebro: "Aproximadamente 75% dos casos de transtornos mentais costumam se manifestar já na infância ou na adolescência, o que evidencia a importância da intervenção precoce."
Em maio de 2014, a Revista Veja fez a seguinte constatação: "Segundo
levantamento de VEJA SÃO PAULO realizado em dez dos
consultórios que mais atendem pessoas dessa faixa de idade, o número de
pacientes abaixo dos 13 anos dobrou nos últimos dez anos. Entre os
menores, até 3 anos, o índice triplicou. Pipocam até casais grávidos:
quando o rebento vem ao mundo, é incluído nas sessões.
Vários motivos contribuíram para o fenômeno. Um deles é positivo:
procurar ajuda para resolver questões da mente deixou de ser tabu. Os
demais, no entanto, sugerem exagero dos pais na dose."
Atualmente,
muitos profissionais da área médica, principalmente pediatras,
neurologistas, psiquiatras, têm trabalhado juntamente com
psicoterapeutas no tratamento de distúrbios
e transtornos infantis. O olhar multiprofissional e o trabalho
transdisciplinar têm trazido resultados positivos e a curto e médio
prazo para diversos quadro infantis.
Mas
há também mais profissionais que tem trabalhado juntamente com a
psicoterapia para trazer qualidade de vida e saúde para seus clientes
infantes, entre estes: Fisioterapeutas,
Odontologistas, Fonoaudiólogos, Terapeutas Ocupacionais, Professores e
Educadores.
Muitas
escolas e instituições de ensino tem utilizado o conhecimento e métodos
da psicoterapia para auxiliar sua clientela infantil nas dificuldades
encontradas no meio pedagógico-educacional,
alfabetização, trocas sociais, comunicação, comportamentos e
desenvolvimento da personalidade.
O
trabalho psicoterapêutico com crianças inclui o acompanhamento e
orientação com as figuras responsáveis, pais e família. Assim como a
troca com os diversos profissionais que também
acompanham a familia e a criança.
10 sinais de que a criança poderia se beneficiar de um acompanhamento psicológico:Segundo especialistas, os pais precisam aguardar por mudanças significativas de comportamento
1. Agitação - Mostra alto grau de ansiedade ou tem atitudes como quebrar objetos de propósito;
2. Agressividade - Grita, esperneia, bate e protagoniza birras, tanto em casa como no colégio;
3. Alimentação - Passa a comer mais, ou menos, que o usual; em alguns casos, pode deixar de se alimentar;
4. Aprendizado - Tira muitas notas baixas nas provas e tem queda geral no rendimento escolar;
5. Comunicação - Não consegue contar uma história do começo ao fim ou explicar como foi seu dia;
6. Depressão - Chora mais e fica de mau humor; a irritação também é um traço comum na depressão infantil;
7. Desligamento - Não presta nenhuma atenção no que lhe dizem ou no que está ocorrendo à sua volta;
8. Medo - Começa a apresentar fobias exageradas e repentinas, sem motivação aparente;
9. Socialização - Não faz mais amigos, ou se distancia dos antigos, e tem dificuldade para brincar em conjunto;
10. Sono - Faz xixi na cama (fora da idade em que é natural), range os dentes ou começa a ter pesadelos frequentes;
Em outro artigo publicado na Revista Veja em 2009:
"No Brasil, 80% das crianças têm algum sintoma de stress infantil
Tontura,
vômito, dor de barriga, cefaleia e uma série de outros sintomas físicos
comuns na infância podem ocultar problemas de relacionamento,
insegurança, depressão e stress."
Em uma edição da mesma revista em 2006, há um artigo sobre a avaliação psicológica feita com bebês: "As
preocupações
de um bebê podem ser resumidas a uns poucos itens: dormir, comer,
brincar. Se é assim, como se explica a presença de tantas crianças de
fraldas nos consultórios de psicoterapeutas? A resposta: estão lá para
ajudar a melhorar a cabeça dos pais.
A terapia de crianças de zero a 3 anos é uma vertente relativamente nova
da psicologia – e está em rápido crescimento. Uma das razões é o
aumento do conhecimento especializado sobre os problemas psicológicos da
primeira infância." E o artigo se conclui: "Nós
curamos
os bebês através dos pais", diz o psiquiatra Salvador Célia, de Porto
Alegre. A maior dúvida dos pais é quando levar um bebê ao consultório de
psicoterapia. Pais ansiosos podem exagerar e, diante de uma mudança
mínima na atitude do bebê, acreditar que
o filho tem problemas sérios. Em caso de dúvida, a pediatra e
psicoterapeuta Veronica Cavalcante, presidente do departamento de saúde
mental da Sociedade Brasileira de Pediatria, aconselha bom senso.
"Quando ocorre um atraso no desenvolvimento dos bebês, os
pais devem sempre procurar um pediatra. É esse profissional quem pode
indicar um neurologista, um psiquiatra ou um psicoterapeuta."
Recentemente foi publicado pela BBC uma pesquisa sobre grafismo infantil: "A
maneira como as crianças desenham aos 4 anos
de idade pode ser um indicador de como será a sua inteligência no
futuro, concluiu um estudo da universidade britânica King’s College. Dez
anos atrás, pesquisadores pediram a 7.752 pares de gêmeos que
desenhassem uma criança. Depois, eles classificaram os rabiscos
segundo o número de elementos presentes, tais como cabeça, pernas, mãos e
pés. Juntamente com os desenhos, os pesquisadores aplicaram testes de
inteligência às crianças. Os mesmos testes foram repetidos quando os
meninos e meninas completaram 14 anos. Os especialistas
encontraram uma ligação moderada entre os desenhos e os resultados
obtidos uma década depois. O método é conhecido como teste do desenho da
figura humana, criado nos anos 1920 para medir a inteligência de
crianças de quatro anos de idade."
( diferentes figuras humanas desenhadas por crianças)
É muito
comum a utilização de testagem gráfica com crianças durante o
psicodiagnóstico, pela idade apresentada e por conter muito da linguagem
simbólica e concreta da criança. Pelo
desenho podemos captar muitas informações conscientes e outras
inconscientes expressas por meio do grafismo. Também é possível
verificar o desenvolvimento neuromotor e a maturidade emocional da
criança. Além do Desenho da Figura Humana por vezes são pedidos
diversos outros desenhos para a criança, como o desenho da família,
casa, árvore, e/ou procedimento de desenhos-estórias.
Contudo, assim como esta testagem gráfica, o profissional de psicologia dispõe de diversos outros instrumentos como a entrevista de anamnese com a família, observação lúdica e clínica, interação socioafetiva e outros testes e escalas que permitem avaliar o quadro global da criança e verificar se o desenvolvimento neuro-psico-motor está adequado ou sofrendo alterações que indiquem a necessária ação da psicoterapia ou de algum outro profissional. A família participa ativamente da avaliação psicodiagnóstica como muitas vezes do posterior acompanhamento psicoterapêutico de seu filho(a).
É muito importante, durante o acompanhamento psicoterapêutico - ludoterapeutico - com a criança, que os pais sejam acompanhados por meio de consultas de Orientação Familiar, em encontros mensais ou semestrais para que saibam do que esta sendo trabalhado e visto com a criança e/ou jovem. Assim como é importante que ambos, profissional e familiares, troquem suas impressões, percepções, opiniões sobre a piora, alteração, evolução do quadro sintomático ou queixa inicial apresentada para o processo terapêutico.
Procedimento: Geralmente inicia-se o atendimento com os pais e/ou responsáveis, para coletar um pouco do histórico da criança, queixas, sintomas, comportamentos, hábitos, desenvolvimento infantil até então - a esta entrevista inicial costumamos chamar de Anamnese. Posteriormente, a partir dos dados trazidos pelos responsáveis são feitas algumas sessões com a criança. Nestas sessões diversos instrumentos de avaliação são utilizados dependendo do caso clinico e idade da criança - testes, escalas, métodos de avaliação, observação lúdica, observação social, entrevista e questionários. Após as sessões de avaliação com a criança os responsáveis são chamado novamente para a devolutiva. Na devolutiva são levantadas as possíveis hipóteses diagnósticas, prognostico e indicações terapêuticas.
Referências para Leitura:
O Brincar e a realidade - Donald Woods Winnicott
A criança do espelho - Françoise Dolto
Duas Histórias Clinicas: O "pequeno Hans" e o "homem dos ratos" - Sigmund Freud
Primeira entrevista em Psicanalise - Maud Mannoni
Aplicações clinicas dos desenhos projetivos - Emanuel Hammer
Alguns vídeos para ilustrar a dinâmica infantil e atuação do profissional de psicologia:
Agressividade Infantil
Autimo: psicodiagnóstico precoce
2 comentários:
Há 7 anos ou 8
Com vc estou satisfeita c/ as devolutivo do stefano
Obrigada sempre
Agradeço o feedback! Gratidão pela confiança e caminhada!
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