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Ter a coragem de comunicar-se

 Avere il coraggio di comunicare

Giubileo della Comunicazione – Roma – Gennaio 2025

Casa Cabrini – Via Sicilia 215

 


Texto elaborado das anotações de Isabella Sprovieri e René Schubert a partir das palestras e reflexões de Papa Francisco, Maria Ressa, Mario Calabresi, Paulo Ruffini, Colum McCann - Jubileu da Comunicação - Roma/Itália


"Comunicar significa sair de si mesmo para dar algo ao outro” 

Papa Francisco Jubileu da Comunicação, realizado em Roma nos dias 24 a 26 de janeiro de 2025


Tempos difíceis. Tempos de desinformação. Tempos de injustiça. Tempos de guerras e fome.

Violência não defendida é cumplicidade.

Medo é infeccioso.

Se a mentira é contada muitas vezes ela se torna verdade. Esta é a força de muitos líderes políticos. Esta é a força de muitas empresas e comunicadores comerciais.

Silencio é consentimento.

Enquanto observamos o mal em silencio...o mal ascende....a verdade e coragem sucumbem.

Se o medo e mentira são repetidos...são uma realidade.

O medo sempre estará lá.

Mas o que fazer?

Abrace o medo.

Confronte o medo.

Siga com medo. Escute o medo. Planeje, faça algo. Busque colaboradores.

Colabore. Colabore. Colabore. Colabore.

Tenha Confiança. Busque a verdade e diga a verdade.

Proteja aos mais vulneráveis.

Reconheça o seu poder pessoal para transformar.

O que você escolhe fazer...faz a diferença.

Curar o mundo.

Como encontrar coragem?

Encontrando amor na própria credibilidade. Ter fé na própria credibilidade.

Como ter coragem?

Nas dificuldades reside a esperança.

Encontre sua comunidade.

Você não está sozinha(o).

A comunicação, em tempos de capitalismo apressado e vaidoso, não quer te fazer acreditar em algo, mas desacreditar de tudo – esta são as logicas do dinheiro, do poder a todo custo, das Big Tech – a desinformação é uma forma de comunicar...te dão nada, te deixam isolado e acreditando que tem tudo.

As Big Tech acreditam que saber e informação são poder.  São dominação. E com informação você domina o mundo. Você tem um poder de Deus. Mas este tipo de poder, não os aproxima de Deus...ao contrário, é outra lógica, é outra forma de pensar e agir. Sem moral. Sem valor. Sem cuidado com a verdade ou com os fatos ou com as pessoas e as relações. Esta logica te afasta de Deus...

No mundo globalizado...no mundo da modernidade liquida de Zygmund Bauman...da Hipermodernidade...na era do narcisismo...perdeu-se a “Importância da comunidade”. O contato. A Troca. A aproximação. O cuidado com o frágil. O respeito por tudo o que há na vida. O juntar-se para contar histórias. O importar-se com os detalhes e singelos relatos de “pessoas comuns”

Justiça e paz não é um desejo pessoal, individual, egoísta e mesquinho...mas sim...algo para todos.

Sim, o ser humano é um ser de contrariedades. Precisa aprender com si. Precisa aprender com outros. Não em uma lógica de espelhos...apenas...e aqui nos referimos aos celulares, tablets, TVs, notebooks...mas em entrar em contato com o outro. Escutar, conhecer, experimentar, descobrir...

Tudo que cria ligação emocional entre os seres humanos deveria ser usado contra a guerra. Contra o conflito. Contra as contrariedades já existentes e conhecidas...

Evolução, ciência, tecnologia, arte – tal deveria ser permitido a todos...termos acesso a tudo e propaga-lo, compartilha-lo...

Celulares, mídias sociais, internet... Tudo muda num piscar de olhos...não te deixam aterrar...não te permitem parar, pensar, orar, meditar...piscou...mudou. E, nesta lógica apressada, vamos nos afastando de nós mesmos...vamos nos afastando de nossas emoções...vamos nos afastando daquilo que nos habita...nos afastando de Deus!

Vivemos hoje, nos tempos de telas e de mídias...uma epidemia de solidão e isolamento. Apartamo-nos. Banalizamos. Somos indiferentes. Nos tornamos frios e gelados ao outro. Ao outro ser humano. A Deus que habita a mim...ao outro...a todos...

Nossas janelas se fecham. Não nos importamos mais. Acreditamos na potência de maquinas, AIs, Mídias...mas não não mais de humanos. Construímos muros. Nos afastamos.

E aqui o alerta do Papa Francesco...precisamos construir mais pontes...não muros!

Quase um século depois de Albert Einstein e Sigmund Freud, e o dialogo destes dois pensadores judeus, destes dois pacifistas...e a pergunta continua: Como evitamos a guerra? Por que a Guerra? Para que a Guerra?

Como usar as tecnologias para melhorar nossa comunicação?

Contadores de História – Storytelling – Sentar à beira de uma fogueira ou na mesa da cozinha, com um café, chá, uma taça de vinho e...escutar...prosear...contar causos!

Carl Gustav Jung tinha uma reflexão que dizia: “A depressão é como uma senhora vestida de roupas escuras que bate à sua porta em uma tarde fria e chuvosa...meu conselho é...deixe-a entrar...esquente agua para o chá...sente-se e escute o que ela tem para lhe contar”

Tempo. Paciência. Tolerância. Escuta. Uma história nos une. Nossas histórias importam e podem mudar o curso da História!

Não somos nada se não ousarmos nos conectar uns com os outros.

A vida é feita da história dos outros, daqueles que não conhecemos. Ainda.

Quem evitaria mandar comida para pessoas em guerra se conhecesse a história por trás de uma destas pessoas? Quem explodiria um mercado cheio de gente, se soubesse a história de uma das senhoras que tem uma barraca de frutas no meio deste mercado?

Quem são essas pessoas? Quem são estes estranhos? Quem são estes desconhecidos?

Importe-se!

Olhe para aqueles que não pensam como você. Desafie-se. Enfrente-se.

Contar histórias e escutar histórias é uma atitude, convida para a ação!

Histórias pessoais que toquem corações – como Papa Francesco nos disse, histórias de esperança, que ascendem e aquecem os corações. Procure pequenas chamas, fagulhas de esperança. Mantenha-as...alimente-as. Chamas de esperança que despertem a verdade

O bom comunicador não é o que fala muito, mas o que ESCUTA. Já nos ensinava Rubem Alves, não é bonito aquele que fala bonito, mas aquele que escuta bonito. As pessoas querem ser ouvidas. Querem fazer parte. Querem participar. Querem comunicar-se. E para tal precisam de alguém disposto...corajoso...ousado...que escute. Que preste atenção. Que goste de detalhes e fatos. Verdade, respeito, justiça, coragem, compromisso.

Precisamos de líderes que se arriscam com a verdade. Que se fiam a verdade. Em um mundo com tanta desinformação - falsidade - mentiras - precisamos daqueles que permanecem nos fatos. Na verdade.

Precisamos ensinar a comunidades no mundo a respeitar os professores. Respeitar os jornalistas. Comunicadores. Pessoas que levam o saber adiante. Respeitar a quem ensina e leva a verdade adiante. Cada vez mais enfraquecemos a verdade pois os mestres…aqueles que ouvem e contam a verdade...não são respeitados.

Comunicadores que inspiram com suas histórias. Inspiração se espalhar tão rápido ou mais do que medo. Compartilhe emocionalmente o que te inspira e inspire as pessoas. 

Compartilhe, colabore, dedique-se aos fatos, com uma moral correta, reconheça seu valor. Comunique se!

Tenha paciência e busque a verdade. 

Repita a verdade. Os fatos. Constantemente. Para que a verdade tenha terreno firme. 

A verdade é paciente. Ela aparece! 

Mas precisa de você, para aparecer e permanecer, compartilhar, colaborar...com o mundo!



Que estas reflexões que nos tocaram tanto, nesta experiência de comunicações diversas, estrangeiras, plurais, possam tocar também a você que agora as leu! 

Leve-as adiante, conte-as, da sua forma, do seu jeito, no seu tempo, aonde for!

 


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